19 de mar. de 2019

O pai da bossa na fossa. João penhorado. Mundo desafinado

João Gilberto e Tom Jobim: quando a bossa nova
começou
João Gilberto, baiano de Juazeiro. Sem voz. Afinado. Violão na batida que o mundo parou para ouvir. Bossa. É bossa nova. Nova música, novo Brasil. JK. É Brasil lá fora. João e Tom. Tome música. Nova Iorque, Carnegie Hall, o templo sagrado dos mais mais. Além de ambos, a primeira brasileira a ganhar o Grammy: Astrud, que virou Gilberto. The girl from Ipanema se fez mundo. Fechando o quarteto, o sax do monumental Stan Getz.

João, o Gilberto, pai da Bebel e da bossa nova, que cantou em todos os cantos do mundo, escolheu reclusão voluntária. 87 anos. Não quer ver ninguém. Passem as coisas a ele por debaixo da porta.

Hoje, 19, passaram também um papel. A 25a. Vara Cível do Rio penhorou R$79.692,00 das suas contas bancárias. Era fiador do contrato de aluguel de um imóvel no Leblon, área nobre do Rio, onde morava uma ex-namorada, inadimplente. Despejada. 

João de tantas mulheres - Sílvia Teles, Marisa Gata Mansa, Astrud, Miúcha, Maria Harris etc., está num canto, sem dinheiro, sem banquinho e violão, esquecendo o passado e esquecido no presente.

Fechou a porta e, por capricho do destino, é nome do seu primeiro sucesso esse seu desligar de tudo e de todos, esse seu adeus ao passado. Chega de saudade...

P.S. - João Gilberto pleiteia na Justiça, contra a gravadora EMI, indenização de R$170 milhões por danos morais e uso indevido de direitos autorais, entre 1964 e 2014.

Curtam aí, clicando o link, João e Tom. Chega de saudade.

https://youtu.be/xZvAgusfuls