|
Caiado: destemor, garra e credibilidade na reconstrução de Goiás |
Caiado, 100 dias. A garra do leão branco na proteção do que sobrou da voracidade da alcateia insaciável. Foi um festim diabólico dos lupinos que fizeram de Goiás o paraíso para os seus desvarios e ambições, à custa do bolso de quem paga a conta: nós, goianos, evidente.
Eu o conheço e ao seu acalentado sonho: governar o Estado. Goiás é tudo para ele. Esperava dificuldades, não o caos, mas sabia que deixariam terra arrasada. A crônica da herança bandida estava anunciada, escrita pelos últimos atos do antecessor.
Caiado 100 dias. Sem dias de alegria plena, sem dias de descanso, sem dias de dinheiro em caixa. O que entra, sai. Os sacripantas banidos pelo voto, antes de pegar o caminho de casa, cuidaram de minar todo o terreno. Desprovidos de compromisso público, atolaram o Estado em dívidas, ao tempo em que davam sumiço ao dinheiro da criminosa venda da Celg.
O ex-governador José Eliton, destituído pelo voto, bem como o seu antecessor, também massacrado pelas urnas do Senado, devem explicações ao povo goiano que, nos últimos 20 anos, neles havia confiado. Mercadejaram interesses, atenderam patrocinadores eleitorais, solvendo tudo o que lhes deviam, nos moldes da velha lei da compensação.
Herança maldita: 11 milhões em caixa e um déficit de 3 bilhões e meio. A saúde caindo pelas tabelas. A educação, idem. Também a segurança e a infraestrutura. A folha, que deveria chegar, no máximo, a 60% da receita, estava maquiada, acima de 80, num artifício perigoso e criminoso, burlando normas e alardeando falso cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal - e, não à toa, se pede que o pessoal desapeado seja chamado a prestar contas.
Com o caixa arrombado, a ginástica que o governador Caiado faz dele exige esforço hercúleo. Hábil, tem articulado parcerias políticas com os prefeitos e estreitado laços com a União. Tem buscado saídas - uma delas a atração de investimentos externos, buscando reaquecer a economia do Estado e ampliar o mercado de trabalho.
É um forte. Dispõe de lastro político, de credibilidade e de inegável conteúdo moral. Não corre da raia. Ao contrário dos que sucedeu, vai ao povo e, olho no olho, fala do governo com todos. Ele se fez político moldando-se pela transparência e austeridade, responsabilidade e compromisso público.
A verdade acima de tudo e de todos. Ele sempre foi assim. Acusam-no de direita radical - mas são da esquerda radical os que o combatem, duelo natural entre ideologias díspares. Tem defeitos, como todos nós temos, mas é um democrata, um liberal, extremamente intransigente quanto à moral e ao rigor dos bons costumes.
O seu sonho de governar Goiás se fez realidade. Uma brutal realidade, sabemos nós, mas ele já provou não temer o desafiador rodeio da vida. Aprendeu, desde cedo, a laçar, a montar e a domar dificuldades, a botar-lhes freno e sela, dispensando as esporas - elas não são necessárias aos que sabem o que faz.
Discordei e discordo dele na leitura de certas e raras situações e/ou circunstâncias. Fosse eu governador, por exemplo, teria pago a folha de dezembro, seguindo a ordem natural das coisas. A irresponsabilidade inaceitável é do antecessor, mas o devedor é o Estado e cabe a ele, como novo gestor do erário, resgatar pendências.
Conheço muito bem o governador Ronaldo Caiado. Ele é cidadão político, uno, não um e outro. Como ele diz, "duas caras só a da marca da enxada". É um homem que dignifica a instituição. Acredito na pessoa dele, nos seus propósitos e confio que fará do seu sonho uma realidade construída com determinação e perseverança, tendo como argamassa o amor e o respeito a Goiás e aos goianos.
P.S. - Aos do governo lá de cima: o povo não quer saber de guerras ideológicas. Quer é saúde, habitação, emprego, segurança e, principalmente, educação, para que tenhamos um Brasil melhor. Apud Lobato, "um país se faz com homens e livros".