11 de abr. de 2019

A mão da fome e o copinho de "pelo amor de Deus"


Vade retro com as tevês. Viraram altares em louvor à desgraça. Não se vê notícias positivas, como se o mundo fosse um desfile de obras do diabo. Opus enim hominis. Não se fala em vida, só em morte. Os risos, ao que parece, foram lavados das bocas. Odes às lágrimas.

Não diferentes as revistas e jornais. Parece que coisas boas estão proibidas por aqui. Dizem que deus é brasileiro. Acho que esqueceram de avisá-lo. Perguntam onde ele estava, quando o temporal afogou o Rio. Por que não indagam isso aos donos das mãos que agridem a natureza? Pascácios.

E la nave va... Há, também por aqui (e a cidade está cheia), mãos estendidas a pedir. Assusta a recidiva da mendicância, problema social que se agrava a cada dia que passa, com o crescimento do mundo dos desesperançados.

Converso com eles. Deixaram de sonhar - os seus sonhos já nascem mortos. Não têm profissão. São os "faz tudo", lançados na selva da vida, sem lenço e sem documento. Junto, levam as suas mulheres e filhos. Sofrimento tamanho família. 

O desemprego cresce. Somos mais de 13 milhões no olho da rua. O presidente nega e a sua ministra de Agricultura diz que, quem tem pé de mangas no fundo do quintal, não passa fome. Caso explícito de flatulência mental. 

P. S. - Rio 80 tiros,10 soldados. Inocentes fuzilados. Soldados de guerra não são policiais. No mais, a ministra do pé de mangas não disse, mas, hoje, estamos com 152 tipos de agrotóxicos de volta às nossas lavouras. Deveriam inventar um para exterminar maus políticos.   

Um comentário:

  1. Embasbacada com sua capacidade de transcrever com uma perfeição, sem igual, a reflexão de um sábio que viveu em tempos tão melhores que o lastimável que estamos vivendo! Parabéns a você, grande mestre, Bordoni👏👏👏!

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