20 de mai. de 2019

A arte de matar a língua


A noite desta segunda-feira com programação pobre. Na TV fechada, nada de bom. Na aberta,  chamem o caminhão de lixo. Fui à minha sessão bangue-bangue, no Telecine Cult. Programaram um  humorístico "faroestino". Inassistível. Riso com bala, só se for de hortelã.

Mudo para o Space. Tem o comercial de um curso de línguas, cujos produtores e diretor deveriam ser presos por atentado à língua portuguesa. Anuncia-se curso de inglês, com os atores "assassinando" a língua pátria: "Aprenda a falar 'inglêis' pelo curso ¥₩¥$@#. 'Disconto' de até 30%".

"Inglêis". "Disconto". E quem produz e dirige acha normal essa pronúncia errada, alegando ser costume. E aí temos o lindo e maravilhoso costume de falar errado. Basbaques. Lá no inglês dos cursos que anunciam não tem essa de costume, não. A pronúncia tem que ser correta. Nos conformes.

Não sabemos falar a nossa própria língua. A concordância verbal é um problema. Tem um tal de "a turma foram"... "a gente estamos" ... Sem falar no "bom dia a todos e a todas", coisa da imbecilidade sem freios dos falsos letrados. Os políticos, principalmente, adoram abusar de tal ofensa à gramática.

Falando neles e em concordância verbal, o nosso presidente, em recente discurso no falecido Rio de Janeiro, disse que o problema do Brasil é a classe política. E emendou: "é nós, governador Witzel..., é nós, prefeito Crivella... é nós, deputados...". Somos nós que os elegemos.

Petistas não podem  criticá-lo, pois vovô Lula, que está apaixonado e vai se casar de novo, é imbatível na arte de "assassinar" o idioma. Apesar dos erros de concordância do nosso capitão presidente, há, em suas palavras, um incontestável acerto e com ele a maioria dos brasileiros deve estar concorde: "O Brasil é um país maravilhoso, que tem tudo para dar certo. O nosso maior problema é a nossa classe política". 

Assino embaixo. Discordar quem há de!

P.S. - Somos 220 milhões e temos 50 milhões de analfabetos. Trinta por cento da nossa população, ou seja, 66 milhões de brasileiros, nunca compraram um livro. Triste realidade. Quem não lê, não escreve e não fala.  

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