23 de mar. de 2019

Embalos de sábado à noite

Os poderes em baixa. Vídeo mostra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, citado em "molha bolso" com a OAS.


Em Porto Alegre, em praça pública, espetacular queima de bonecos representando os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.

Avisem ao Maia que o trabalho dignifica o homem

Moro e o Brasil têm pressa. Maia, não. Nenhuma
Ficamos todos atentos apenas aos erros da Corte (quem manda serem gritantes!), que não estamos nos atendo ao que está orbitando em torno do Brasil com urgência - e aqui cabe a atenção devida ao pacote anticrime do ministro Sérgio Moro. Uma ação prioritária para quem governa e deve respostas aos cidadãos não pode ficar ao sabor das dileções de presidente de Câmara de Deputados ou de quem quer que seja. Não porque seja lema do instalado, mas o Brasil está acima de tudo.

A violência campeia, a bandidagem migra país afora, molecotes vítimas das escolas virtuais de violência cometem barbáries contra próprios amigos de colégio, bandidos assaltam, matam, a droga impera e nós estamos presos em casa, pois o Estado tem se mostrado impotente perante o crime. Vivemos na pátria do medo.

Moro açoda Maia, porque este também é servidor público e este, ao se sentar sobre o que é de urgência, negligencia e mantém sob risco a incolumidade de quem tem o dever de bem representar. Demora injustificável. Havendo qualquer discrepância no pacote do ministro, que o Parlamento a corrija. Se a lei não é boa, que a melhorem. Estão lá para isso. O que não se aceita é crivo pessoal sobre o que pode ou deve ou não ter caráter de urgência.

É preciso sacudir o Parlamento. O país não pode ficar a reboque de vaidades, veleidades e de apegos ao poder. É obrigação do legislador prover o Estado de dispositivos que lhe permitam cuidar dos interesses dos seus cidadãos. 

Maia deveria ler sobre os maias e aprender que não se pode ter tudo sob controle, pois o mundo não depende só dele. Ah, e que nada é pessoal e que todos devemos fazer o máximo esforço, lutar até à exaustão, pois a causa é de todos. E que devemos ser impecáveis com as nossas próprias palavras, para haver coerência entre o que pensamos e o que dizemos.

Fica a lição. De graça.

P.S. - "A arrogância vem antes da queda". (provérbio alemão) 

A vaquinha eletrônica e o menino travesso



Um internauta muito espirituoso decidiu criar uma "vaquinha" virtual a fim de arrecadar dinheiro para a compra de um videogame para o filho do presidente Jair Bolsonaro e vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC). Iniciada nessa sexta-feira (22/3), a campanha já havia arrecadado, até a última atualização, às 16h, R$ 375. A meta é R$ 1 mil.

"Ajudem a reunirmos recursos para comprarmos um Playstation para o Carlos Bolsonaro. Assim, ele ocupa o tempo brincando e para de ficar postando coisas impertinentes nas redes sociais", diz o texto da campanha.

De acordo com o "cowboy", caso a meta seja atingida e Carlos não aceite o "presente", o valor arrecadado será doado à Santa Casa de Misericórdia do Rio. 

A "vaquinha" surge um dia depois de Carlos, que tem 36 anos, causar um novo mal-estar entre o governo de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, e aliados. Na quinta-feira passada, o vereador publicou resposta do ministro Sérgio Moro à decisão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de deixar a apreciação do pacote anticrime em segundo plano. 

P.S. - Ruim por ser do clã Bolsonaro, mas que Rodrigo Maia merece críticas, não há dúvida. O Brasil precisa da medida, corrigida, melhorada, sei lá, mas precisa. 

O perigo de repetir o passado

Batalha na Guerra do Paraguai: matança encomendada
O capitão precisa tomar cuidado com a mendacidade. Não cai bem, a quem se anunciou espetáculo de grandeza, se revelar, abertas as cortinas da realidade, ópera bufa. Do último domingo a hoje, em meio a alguns importantes acertos - vide o ajuste do Brasil nos mares da OCDE, a sua inclusão na OTAN (Organização do tratado do Atlântico Norte) -, o nosso presidente tem surfado em pantomimas, estultices e ejaculação de lorotas.

A porta aberta aos estadunidenses, ainda que sem reciprocidade, atrai o turismo, mas não só de lá. Canadá, Japão e Austrália também gozarão do "mi casa, su casa", como diriam os irmãos mexicanos, tão duramente maltratados por El Capitán, em sua defesa do muro da vergonha.

Não se tem, ainda, a completa tradução do real conteúdo do "Pacto Donald" firmado com o nosso "presidente de honra" made in USA. O "imbróglio Venezuela", por tática de ambos os estrategos, está sendo tratado como segredo de Estado. Maduro está podre, mas querem derrubá-lo já. Seremos cabo de chicote, pelo que se depreende do servilismo em elevado grau, explícito e constrangedor.

A primeira vez que nos prestamos a tal calhordice se deu quando a Inglaterra financiou a Tríplice Aliança - Brasil, Argentina e Uruguai -, para destruir o Paraguai. Os britânicos, com a sua revolução industrial, abasteciam o ocidente, menos o sul da América, onde o Paraguai, governado por Solano López, era a grande potência econômica.

Como os nossos livros de história são omissos em grande parte dos fatos, contemos que os paraguaios tinham siderurgia, fundições, estaleiros, forte indústria têxtil, ferrovias etc. Abasteciam o Cone Sul. Financiados pelos ingleses, conluiados com argentinos e uruguaios, nós os destruímos. Esse Paraguai que aí está é culpa nossa.

Pauta Venezuela. Será que vamos nos prestar novamente ao papel de instrumento em prol de interesses de terceiros? 


Presidente, resolvamos, primeiro, os nossos problemas, que são muitos. Acelere. O Brasil precisa que o senhor acerte. e tem pressa.

P.S. - O nosso capitão precisa domar os seus pitbulls. O Brasil não é o quintal de condomínio e muito menos game para filhinhos mal educados, que se acham acima de tudo e de todos, só porque papai é presidente. Dê um açaimo a cada.