A Rita que conheci, em 1966 |
A Rita, no final dos anos 70 |
Final da década de 70. Rita Lee veio a Goiânia para
mais um de seus inesquecíveis shows. Fui vê-la antes. Na verdade, foi um
reencontro. Eu a havia conhecido 10 anos antes, na Record/SP, quando ela,
Arnaldo Baptista e Sérgio Dias eram
componentes de Os Bruxos. “Mutantes” foi nome dado, em 1966, por Ronnie Von,
momentos antes de o trio estrear na TV, justamente no programa dele.
Hospedada
no Samambaia Hotel, ela nos aguardava para uma entrevista – eu repórter da TV
Brasil Central e estreava, no momento, câmera acoplada a um mini gravador de
imagens. Só nós dispúnhamos da nova tecnologia. As demais usavam filmes.
sonoros. A operacionalizar o breguete estava o saudoso amigo Jamil Merjane,
companheiro de longas e memoráveis jornadas.
Rita vestia
calça colante branca, blusa e sapatos vermelhos – tipo sapatilha, sem saltos.
Afundou no sofá, quase que deitando-se e colocando as pernas cruzadas em plano mais elevado, tal como na foto dela abaixo.
Parece ser hábito dela sentar-se assim |
A bronca do
Jamil foi imediata:
- Mocinha,
queira sentar direito. Você vai ser vista na TV, mas não descomposta como
está. Sente-se como fazem as pessoas normais.
Sorrindo, Rita
olhou para mim e perguntou:
- Isso é de
verdade? É real?
Eu lhe
disse que sim. E que ele não estava brincando. Ela o atendeu prontamente.
Gravamos e, no papo pós, ambos pareciam dois velhos amigos. Jamil lhe mostrava a entrevista, adiantava,
voltava, e os recursos técnicos da câmera. Até dividiu com ela o cigarrinho de palha de que tanto gostava.
Jamil
Merjane, um dos que escreveram, com letras maiúsculas, as boas páginas de
história da TBC.
Rita? Continua firme e forte. Já escreveu e continua escrevendo a trajetória da menina que se fez estrela. Uma estrela que eu vi nascer.
Pra mim sempre houve Rita Lee, na sua mais completa tradução...