A continuar com arroubos pueris e a permitir que os filhos, já cognominados "Os Três Patetas", falem pelos cotovelos e, tal como o pai, se achando donos do Brasil, nem Messias poderá salvar o governo do Jair.
É preciso que alguém diga ao capitão que ele foi eleito presidente da República Federativa do Brasil e não de república de estudantes.
Importante, também, que o aconselhem a não imitar Trump. A cópia não será boa, pois o original já veio com defeito e não funciona.
Alguém tem que dizer ao próprio que a Presidência não é cargo, é instituição, e, por isso, tem um ritual a ser cumprido por ele (e pela família, também), onde o decoro é regra pétrea imutável e para cumprimento compulsório.
Passados 60 dias (de trapalhadas) na "Mitolândia", enquanto o presidente "falastra"; enquanto Moro é obrigado a recuar em suas decisões; enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, coloca o país a reboque da questionável Reforma da Previdência; e enquanto a praga da corrupção ataca o laranjal do pomar do Governo, há única auxiliar a trabalhar de fato em prol do Brasil: a ministra Teresa Cristina, da Agricultura.
Ela e os ruralistas têm colocado Guedes e equipe econômica na roda. E não é para menos. Graças ao agronegócio, em maiúsculo primeiro plano, começamos bem este 2019. Dados do Ministério da Economia apontam um superávit de US$3,67 bilhões - exportamos US$16 bilhões e 293 milhões e importamos US$12 bilhões. Os produtos do universo rural continuam sendo a locomotiva do nosso Produto Interno Bruto - PIB.
É desta seara que o presidente Bolsonaro deve cuidar, começando por erradicar do seu nacionalismo exacerbado este discurso de rejeição a países que têm ideologias díspares da nossa - e a China é a primeira da sua lista negra.
Paulo Guedes deveria ministrar curso intensivo ao seu chefe e lembrá-lo de que, de acordo com os dados oficiais do primeiro bimestre, os chineses encabeçam o bloco dos cinco maiores compradores dos nossos produtos. Seguem depois, pela ordem, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Panamá.
Importante alertar JB sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a sua influência direta nas nossas exportações. A melhora no ânimo dessa relação sino-estadunidense recomenda que coloquemos a barba de molho e fiquemos de olhos bem abertos.
Fortalecer os nossos laços com Beijing, trazendo de lá investimentos em indústrias e construção de ferrovias e os abastecendo com os grãos, carne e aço - eis aí a fórmula tão somente mercantil, destituída de matizes político-ideológicos.
Avisem isso ao capitão. Ah, e peçam a ele que tuíte menos e assuma a presidência, coisa que ainda não fez. Torcemos, é claro (e muito), pelos seus acertos. O Brasil precisa e pede isso. Cabe ao presidente ter, também, a vontade de acertar.