28 de abr. de 2019

A insegurança de Bolsonaro e o inimigo imaginário


Na capa de VEJA deste fim de semana, montagem fotográfica mostra um Mourão Tsé-Tung, com o texto dizendo que a ala radical bolsonarista vê o vice como aliado à esquerda. Título: "O inimigo imaginário". Subtítulo: "Por que Bolsonaro está convencido de que Mourão conspira contra o governo".

O braço delirante (para não dizer outra coisa) de bolsomaníacos (acabei dizendo uma delas), na esteira da astrologia de Olavo de Carvalho, crê que o vice quer "puxar o tapete" chefe. Mourão já deu a resposta, curta e grossa: "Se ele (Bolsonaro) não me quer, é só dizer. Pego as minhas coisas e vou embora ".

O presidente está tropeçando na própria falta de confiança. Não conseguiu, ainda, vestir a roupa do cargo. Com os seus filhos tagarelas, ele continua no palanque. Continua o Jair da facada. Inseguro, sabe que a diferença entre ele e o Mourão é que este se comporta como vice-presidente de todos os brasileiros, enquanto o Sr. Jair insiste em ser presidente apenas dos que pensam como ele e aplaudem a sua postura. Prefere dividir o Brasil em "nós" e em "contra nós", quando a maioria dos brasileiros torce, pede e espera pelos seus acertos.

Mourão é, sim, inimigo produto da imaginação dos áulicos. Sabe se comunicar e sabe o que diz, o que não é a praia do titular. Sabe dizer o que o "chefe" não consegue (dificuldade em expor ideias e problemas sérios de dicção, por exemplo). Há, no vice, lucidez e equilíbrio. Tem o que o outro não tem. Residiria aí o temor.

Mourão não é aliado da esquerda. Ele respeita pensamentos e tendências diferentes, sem restrições aos divergentes, em nome da pluralidade inerente à democracia. Aos agentes da insanidade ele já disse que não tem apego ao cargo. Se o "dono" pedir, ele volta para casa.
Aguardemos o que dirá @jairbolsonaro.

P. S. - Independente de posição subjetiva do presidente, ele agiu em proteção ao erário: a permanência no ar da propaganda do BB seria gasto infrutífero. Não pelas personagens, nem pela edição, mas pelo conteúdo publicitário que é zero. Ela, simplesmente, não vende o produto. Tanto que só se soube dela, quando foi determinada a sua retirada do ar. 

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