12 de mar. de 2019

Circo MEC: muitas palhaçadas e poucos palhaços

 

Ricardo Vélez Rodríguez, colombiano naturalizado brasileiro, ministro da Educação, trapalhão que é, balança na corda bamba. Primeiro, pelas medidas adotadas e depois mandadas para o lixo, tão disparatadas que eram - uma delas, do Hino Nacional de canto obrigatório e filmado e que o slogan de Bolsonaro fosse lido.
Segundo, porque quem o colocou lá foi o então amigo e ideólogo Olavo de Carvalho, que seria o "pai" da história do hino e que, descontente com o recuo, teria pedido a sua cabeça ao presidente.

Melhor Vélez já ir se acostumando com a ideia da provável exoneração. O padrinho, que é "eminência parda" do Governo, também teria indicado para o cargo o atual secretário de alfabetização do Ministério, Carlos Nadalin. O novo afilhado é conhecido por defender  a adoção do ensino domiciliar e ser dono de conhecido e frequentado site na internet, "Como Educar seus Filhos".

Lamentavelmente, este governo começa sem priorizar e fortalecer a sua  pasta mais importante: a Educação. Há muito que a solapam, que a deformam, que a negociam. Prevalece a regra máxima de regimes totalitários: nada de conhecimento ao povo. Quando mais desinformado e vazio for o cidadão, mas fácil de se submeter ao domínio dos senhores instalados.

Há muito que está tudo errado. Nos países de maior desenvolvimento, o segundo grau é profissionalizante. Aqui, as faculdades particulares e seus vestibulares fictícios estão formando mão-de-obra. São verdadeiras fábricas de diplomas a enriquecer a chamada "máfia do ensino".

Elas estão por todos os cantos. E na internet, com o farsesco Ensino À Distância (EAD). Os nossos jovens pagam cursos e levam os diplomas, mas são poucos os que têm conteúdo para exercerem as suas profissões. Há diplomados demais e empregos de menos.

Mesmo os profissionais mais bem qualificados estão tendo dificuldades para entrar no mercado de trabalho, prova de que estamos formando bacharéis, mestres e doutores para o desemprego. Enquanto que, no mundo, a taxa de desocupação desse grupo gira em torno de 2%, aqui no Brasil, a média é de 25%. Os números estão aí, resultado de pesquisa do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, do Ministério de Ciência e Tecnologia.

Precisamos de ministro e Ministério de Educação cumprindo o seu desiderato. Não podemos mais conviver com o flagelo de 2,8 milhões de crianças e adolescentes, de 4 a 17 anos, fora das escolas. Inaceitável que apenas 9% dos estudantes que terminam o segundo grau saibam alguma coisa de Matemática.

O nosso sistema educacional, deformado pela irresponsabilidade dos governos e pela corrupção, tornou-se tão perverso a ponto de empurrar três em cada 10 brasileiros para o analfabetismo funcional. Até quando?

Que o nosso presidente saiba que a Educação é um dos pilares da sociedade e que, por isso, não deve ficar como moeda de troca ou para atender veleidades e vaidades de presunçosos ou de falsos ilustrados.

Abaixo as "schools picks" (escolas picaretas). Precisamos de escolas e de ensino de verdade e de estabelecer limites para as autorizações a mancheia de cursos para as fabriquetas de diplomas que prejudicam o nosso país. É preciso mudar tudo, agora e já.            
P.S. - Üm país se faz com homens e livros". (Monteiro Lobato)