Hoje, mudados foram os meios (parece que nem tanto - vide as ameaças ao Kajuru), mas o terror continua o mesmo.
Repete-se, hoje, comigo e com o
Kajuru, o terror que Pedro Ludovico usava contra os que ousavam criticá-lo durante a sua
ditadura estadual. Saibam um pouco dessa violência lendo “VOTO DE FOGO, ROSA E
TANGO”, do jornalista José Asmar, a quem peço licença para publicar alguns
excertos da sua importante obra.
***
“Ano de 1951, setembro, dia 24. O diretor da Folha de Goiaz e Rádio Clube, dos
Associados, Theomar Jones, é agarrado na Avenida Anhanguera e conduzido numa
caminhonete à Vila Morais e, aí, é espancado sem dó nem piedade. Física e
moralmente extenuado, muda-se de Goiânia.
Dezembro, 29, num bar próximo ao
Marmo Hotel, cinco policiais prendem, após busca inútil e gratuita, o redator
do JORNAL DO POVO, Leonam Curado, e mantêm-no incomunicável durante duas horas.
Coincidência ou não, o chefe da façanha é João Vaca Brava (um delegado
acobertador dos delitos do mandante – adendo meu).
A onda invade 1953, quando, em 24 de
março, é o jornalista Américo Fernandes de Souza Neto a vítima de agressão
física por gente do governo. Cobris ele a Câmara Municipal e reproduzira
expressões impublicáveis do líder pessedista.
E agosto estarrece todo mundo. Dia
8, às 11h30min, em pleno Centro, esquina das Avenidas Goiás e Anhanguera,
auxiliares do governo trucidam o repórter Haroldo Gurgel e ferem os irmãos
Antônio e João Carneiro Vaz, do semanário O MOMENTO.
[...}
O bloco de violências políticas em
Goiás, amontoado em 1952-1953, com o hediondo trucidamento do repórter Haroldo
Gurgel e ferimentos nos irmãos Antônio e João Carneiro Vaz, constrangeu
culpados e inocentes a melhorarem a imagem do Estado. Quintal já não era. Novas
gerações e novos habitantes apareciam, sem fios de transmissão de mágoas e
brigas.
Por escândalo ou urro de acuado, o
JORNAL DO POVO mancheteia, então:
- Será focalizada na ONU a fata de liberdade de imprensa em Goiás.
Alinha repercussão no Exterior:
- Time, de Nova York; Saturday Post,
de Washington; Herald Tribune, de Chicago; Paris Soir, Paris; Match e Lettres
Français, idem; Le Figaro, também; Times e BBC, Londres; Setimo Giorno e
Giornali D`Italia, Roma; Osservatore Romano, Vaticano (que até ao Papa foram
queixar-se); La Nación e La Prensa, Buenos Aires.
O governador Pedro Ludovico Teixeira
deplora a divulgação wue deprime Goiás. Retrucam-lhe:
- Impeça os fatos e não haverá
notícia.
O excerto do jornal VOZ OPERÁRIA, do Rio (a daqui, como sempre, controlada pelos governantes), logo abaixo, responde bem a essa questão.
***
No próximo capítulo, a morte de Gurgel
e a impunidade do mandante e dos matadores.
A morte de Haroldo Gurgel, teve repercussão internacional, mas, ficou tudo como dantes no quartel de abrantes..! Nenê Calango, foi um dos que matou o radialista!
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