24 de jun. de 2015

Rita ali. Eu e Jamil fomos lá

A Rita que conheci, em 1966
A Rita, no final dos anos 70
Final  da década de 70. Rita Lee veio a Goiânia para mais um de seus inesquecíveis shows. Fui vê-la antes. Na verdade, foi um reencontro. Eu a havia conhecido 10 anos antes, na Record/SP, quando ela, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias  eram componentes de Os Bruxos. “Mutantes” foi nome dado, em 1966, por Ronnie Von, momentos antes de o trio estrear na TV, justamente no programa dele.
Os Bruxos que viraram Mutantes
Hospedada no Samambaia Hotel, ela nos aguardava para uma entrevista – eu repórter da TV Brasil Central e estreava, no momento, câmera acoplada a um mini gravador de imagens. Só nós dispúnhamos da nova tecnologia. As demais usavam filmes. sonoros. A operacionalizar o breguete estava o saudoso amigo Jamil Merjane, companheiro de longas e memoráveis jornadas.

Rita vestia calça colante branca, blusa e sapatos vermelhos – tipo sapatilha, sem saltos. Afundou no sofá, quase que deitando-se e colocando as pernas cruzadas em  plano mais elevado, tal como na foto dela abaixo.
Parece ser hábito dela sentar-se assim
A bronca do Jamil foi imediata:

- Mocinha, queira sentar direito. Você vai ser vista na TV, mas não descomposta como está. Sente-se como fazem as pessoas normais.

Sorrindo, Rita olhou para mim e perguntou:

- Isso é de verdade? É real?

Eu lhe disse que sim. E que ele não estava brincando. Ela o atendeu prontamente. Gravamos e, no papo pós, ambos pareciam dois velhos amigos. Jamil lhe mostrava a entrevista, adiantava, voltava, e os recursos técnicos da câmera. Até dividiu com ela o cigarrinho de palha de que tanto gostava.


Jamil Merjane, um dos que escreveram, com letras maiúsculas, as boas páginas de história da TBC. 

Rita? Continua firme e forte. Já escreveu e continua escrevendo a trajetória da menina que se fez estrela. Uma estrela que eu vi nascer.

Pra mim sempre houve Rita Lee, na sua mais completa tradução...